Quando chegamos em Merzouga uma tropa de guias e agentes dos hotéis avançaram na porta do ônibus mas logo encontramos nosso contato que nos conduziu ao hotel. Já era de noite e constatamos que estávamos em uma cidade pequena e voltada ao turismo. Chegamos no hotel Le Petit Prince, deixamos nossa bagagem no quarto e partimos para o tradicional tajime berbere.
O hotel é amplo e os quartos espaçosos. O café da manhã é bem parecido com o dos hotéis brasileiros. Uma mesa grande com opções de pães, sucos e iogurtes. Mas é cobrado separadamente do preço da diária.
Caminhamos pela cidade e fomos até o lago que fica nas proximidades. É uma caminhada tranquila mas é bom levar um chapéu ou os tradicionais panos que enrolamos na cabeça. Merzouga fica no deserto então sempre leve água para onde for.
Esse lago é importante para a região pois todos os camelos que são usados pelos habitantes se abastecem de água ali. Há um horário do dia que se pode ver os flamingos nas margens. Não foi o nosso caso. Contemplamos alguns pássaros e vimos uma cáfila (coletivo de camelos) nas proximidades.
No almoço o tajime tradicional berbere que nós adoramos. Voltamos para o hotel e acertamos o passeio pelas dunas com a noite no acampamento.
Saímos ao final da tarde. Nós, um outro casal francês e o guia. A primeira aventura foi montar no camelo. Uma breve orientação e já estávamos lá em cima. Os camelos são dóceis e simpáticos. A sela é que é bem diferente das que conheço usadas nos cavalos. Quando chegamos no acampamento a dor no traseiro já era presente.
Com o sol em nossas costas pudemos observar as cores intensas do alaranjado nas areias do deserto. Um espetáculo belo e intrigante. Ao sol do meio dia a coloração branca é predominante e ao pôr do sol o alaranjado toma conta. O céu azul também ressalta as cores mágicas do deserto.
Chegamos ao acampamento e nos instalamos em um quarto. São barracas grandes e decoradas com tapetes e panos com ilustrações típicas. Conversamos um pouco e logo veio a janta. Tajime e couscous foram o cardápio. Comemos muito bem. Depois um pouco de música com jovens do hotel que vieram curtir a noite no deserto com a gente. Não se demoraram e foram tocar em outro acampamento. Assim pudemos contemplar a noite, as estrelas, a lua crescente que logo se escondeu por entre as dunas.
Claro que essa aventura exigiu um pequeno esforço pessoal de cada um pois o banheiro é precário e não há chuveiro. A areia entra por todos os buracos das roupas. Mas a noite foi tranquila. Acordamos cedo para ver o nascer do sol. Um outro espetáculo singular apesar do frio. É minha gente, faz frio a noite! E no amanhecer estava fazendo uns 13 graus. Mas bem tranquilo porque à medida que os minutos passam, o sol vai subindo, o calorzinho chega. Pudemos ver as montanhas que já fazem parte do território da Argélia.
Quando montamos nos camelos novamente logo lembramos que não nos recuperamos da montaria do dia anterior. A dor no traseiro estava mais intensa. Não consegui entender direito como são aquelas selas mas vi uma estrutura de ferro com muitas mantas. Fiquei com saudade dos pelegos das selas do sul do Brasil.
Chegamos no hotel e desfrutamos do café da manhã. Um banho e descansamos no nosso quarto para nos preparar para a última fase da aventura no Marrocos. Rumamos para o norte com destino a Fés e a loucura dessa cidade que é uma das mais antigas do país.
Na saída, conversando com o atendente, perguntamos porque o nome do hotel é Le Petit Prince (O Pequeno Príncipe) e ele nos disse que nas dunas atrás do hotel que foi filmado o filme homônimo e também onde os atores e equipe ficaram hospedados.
Esperamos o ônibus no centro e logo embarcamos contemplando o entardecer marroquino. Cortamos a noite a bordo do Supratours. O preço do bilhete foi de 170 dhs por pessoa. Equivalente a 17 euros. E mais 5 dh por bagagem.
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Chegando no acampamento
Camelando no Sahara
Merzouga, a cidade no Sahara
