Encontrei sobre minha mesa um galhinho de bouganville rosa que outro dia enfeitava meu cabelo.
Esse tom viceral que enche meus olhos e desperta a mais fina poesia em meu coração, me fez lembrar das mulheres da Andaluzia.
Durante todo esse tempo de imersão nessa terra tão cheia de encantos, cantos, flores e oliveiras, tivemos a feliz oportunidade de conviver de perto com algumas mulheres que nos proporcionaram reflexões de uma vida mais alinhada com o coração.
Sim! Essa tem sido a tônica dessas trilhas: ouvir a voz do coração!
E essas mulheres, guerreiras, faceiras são exemplos de uma vida alegre!
Ao chegar em qualquer pueblo blanco já fica visível o capricho e a delicadeza banhando de flores as sacadas.
E logo se vê, caminhando pelas ruas, a moça e a senhora... caminham como quem flutuam deixando por cada passo o perfume de seus afetos.
Um chapéu charmoso, uma saia bem rodada, cores nas bocas e nos olhares.
Entre gerânios e ternuras, seguem sorrindo!
Em cada casa, um largo sorriso, um abraço amigo, renda na janela, um café e um lugar aquecido perto da mesa.
Sobre as mesas, o deleite dos sabores espanhóis que se degusta de forma compartilhada: um prato para todos!
E depois do café, a prosa se transforma em música... como cantam essas mulheres! Como bailam essas mulheres!
Cada encontro é motivo de uma emoção tão forte, que as lágrimas brotavam, como as oliveiras nos quintais. Esse flamenco é mesmo uma canção da alma!
Independente da idade, do tipo de cabelo, da cor... isso tudo não importa!
A boleria canta mais alto desde a voz que entoa até os pés que dançam com elegância e força!
E assim, as gerações se unem e se reunem num belo fim de tarde, contemplando o por do sol e vivendo alegremente!
E ao sair, um galhinho de romeiro (alecrim) no bolso pra dar sorte!